Edição Jul-Ago 2025
Insulina regular em falta: SBPC/ML orienta alternativa no teste de tolerância à Insulina
Diante da possível descontinuação da insulina regular humana (insulina R) em frasco-ampola no Brasil, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), em conjunto com o Departamento de Endocrinologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), publicou uma nota técnica para orientar a comunidade médica e laboratorial sobre alternativas viáveis para o Teste de Tolerância à Insulina (ITT).
O ITT é considerado o método padrão-ouro para avaliação da integridade do eixo somatotrópico e do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal, sendo indispensável para a confirmação de deficiência de hormônio do crescimento (GH) e insuficiência adrenal secundária. Tradicionalmente, a insulina R é utilizada para induzir a hipoglicemia controlada necessária para o teste. No entanto, com o anúncio da farmacêutica Novo Nordisk sobre a descontinuação do fornecimento das insulinas R e NPH em frasco-ampola de 10 mL, e a redução na importação por parte do laboratório Elli Lilly, surge um desafio para a prática clínica laboratorial.
“É essencial mantermos a qualidade e a segurança dos exames laboratoriais, mesmo em um cenário de desabastecimento. Por isso, a SBPC/ML se posiciona de forma técnica e responsável para garantir que os laboratórios tenham respaldo para substituir a insulina regular por insulinas rápidas, como lispro, aspart ou glulisina”, afirma Pedro Saddi, endocrinologista, patologista clínico e coordenador do comitê de endocrinologia da SBPC/ML.
A nota técnica destaca que as insulinas rápidas apresentam perfil farmacocinético adequado, com início de ação rápido e efeitos glicêmicos previsíveis, o que viabiliza sua aplicação no ITT. O protocolo recomendado é que a administração seja feita por via intravenosa, em bolus, na dose de 0,1 U/kg de peso, com diluição e cálculos de dose rigorosamente padronizados. A dosagem deve ser ajustada conforme o perfil do paciente, como em casos de hipopituitarismo ou resistência insulínica.
Além disso, os tempos de coleta de amostras foram revistos para garantir a confiabilidade diagnóstica, considerando as características farmacológicas das insulinas rápidas.
“Nossa prioridade é orientar os laboratórios para que continuem oferecendo diagnósticos precisos e seguros, minimizando impactos na rotina assistencial”, reforça Saddi.
A SBPC/ML permanece à disposição para esclarecer dúvidas da comunidade médica e laboratorial, reafirmando seu compromisso com as melhores práticas em medicina laboratorial e a segurança dos pacientes.
Para mais informações, acesse a nota técnica na íntegra.

