Edição Jul-Ago 2024
Os 80 anos da SBPC/ML em livro: as histórias fascinantes de dedicação à Patologia Clínica são contadas em livro lançado no Congresso
Um dos momentos especiais do nosso Congresso é o lançamento do livro que conta a história da Patologia Clínica pelas histórias de quem fez e ainda faz a especialidade no país e que, de uma forma ou de outra, ajudaram a construir a trajetória da SBPC/ML. Será realizado no dia 11 de setembro, às 17 horas, no stand da SBPC/ML.
Com foco no inusitado e com um olhar peculiar e histórico sobre a especialidade, a historiadora e chefe do projeto do livro, Mariana Dolci, e o historiador Eduardo Piacsek, resgataram memórias, papearam com muitas pessoas da área, acumulando mais de 50 horas de gravações para concluir os 25 temas que compõem o livro. Vale lembrar ainda que foram cerca de 18 meses para a redação dos capítulos.
“Não é só um livro que vem com a comemoração da SBPC/ML, mas é um documento que servirá para estudantes e profissionais que querem ou precisam referenciar a Patologia Clínica”, descreve a historiadora. Mariana também faz questão de deixar claro que “não é um livro comemorativo da Sociedade, não escrevemos sobre a instituição”. Ou seja, para ninguém esperar exaltações ou páginas recheadas de elogios grandiosos. Como ela simplifica: “É um livro fora do usual”.
A publicação, com ilustrações de Gil de Godoy, se divide em capítulos que compõem o universo da especialidade. A curadoria dos temas foi feita com a diretoria da Sociedade. “O que percebemos com a redação foi que não existe no Brasil um livro que sistematiza a história da Patologia Clínica como fizemos”, observa Mariana. Além de ser um registro histórico consistente, mostra os desafios da especialidade, e principalmente, faz brilhar os refletores sobre o espaço da Patologia Clínica na Medicina.
Dessa forma, o livro buscou traduzir a Patologia Clínica, explicando até mesmo pequenas diferenças, como o que faz um patologista e um patologista clínico: “Mesmo dentro da Medicina, as outras especialidades têm dificuldades para entender o que o patologista clínico faz. O livro vem para clarear essas questões”, ressalta Mariana Dolci.
A história da SBPC/ML está diluída nos capítulos, que foram construídos com base em entrevistas riquíssimas, muitas histórias carregadas de emoção, depoimentos e choros, como detalha a historiadora. Todo o material coletado ainda rendeu a criação de um banco de memórias e um filme de 10 minutos, que poderá ser assistido durante o 56º Congresso.
Bateu a curiosidade? Após o lançamento oficial no dia 11 de setembro, a publicação estará disponível em versão impressa e online.
São histórias como essa que você vai encontrar no livro:
“Uma área que permite que a minha formação seja fundamentalmente de compartilhar o conhecimento”. Paula Távora, médica, sobre a Patologia Clínica
“Achados de uma suposta sexagem fetal de 1.500 A.C. dão indícios do início dos testes point-of-care. As mulheres supostamente grávidas urinavam sobre o trigo e a cevada. Caso o trigo florescesse, o bebê seria um menino. Se fosse a cevada, seria menina.
Quem conta o caso é a médica patologista clínica, Paula Távora, reconhecida por seu engajamento em POCT, que entrou para o universo da Patologia Clínica, levada por sua vontade de explorar o mundo.
Após ter passado pela Universidade de Cambridge, onde fez mestrado na área de Imunologia, uma série de coincidências felizes fizeram com que ela fosse parar na África do Sul, em um período pós-apartheid, cuidando de pacientes crônicos e atuando na área laboratorial, em doenças como malária e o HIV, que despontava na época.
Essa vivência com a atenção primária foi a sua “virada de chave” e determinou o seu ingresso na área laboratorial. Seu retorno ao Brasil foi marcado pelo encontro com a SBPC/ML e a especialização em Patologia Clínica.
A médica Paula Távora foi presidente da SBPC/ML no biênio 2014-2015.
“Encontrei na medicina diagnóstica as oportunidades de ter uma especialidade que lida com todas as outras e oferece uma consultoria de qual exame é necessário para uma determinada patologia”. Paula Távora, Médica
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