Publicado em: 18 setembro 2025 | 09:00h

A Batalha Final: pesquisa sobre resistência aos antibióticos das carbapenemases

Há variantes de mutações específicas de bactérias, que as tornam resistentes para uma droga que era para ser ativa para aquela carbapenemase

Thierry Naas, professor e referência na área de microbiologia médica da Universidade Paris Saclay, apresentou seu trabalho na conferência A Batalha Final: β-Lactamases e o Colapso de Nossas Defesas de Última Linha, realizada nesta quarta-feira (17) durante o 57° Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial, no Riocentro, Rio de Janeiro. O especialista francês detalhou sua pesquisa sobre as variantes da carbapenemases, que visa avaliar a resistência frente às drogas que estão disponíveis em seu país. Seus estudos mostram como enzimas produzidas por bactérias neutralizam a atividade dos antibióticos carbapenêmicos, tornando-os ineficazes contra infecções bacterianas graves. A palestra contou com a mediação de Maira Maluf, médica patologista clínica  formada pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP, e médica assistente do setor de Microbiologia do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

“Na França,  o grande problema das carbapenemases é a NDM, diferente do Brasil, cuja maior prevalência, é o KPC. E, além da NDM, a prevalência por lá é a maior quantidade é da oxi-48”, comparou Thierry, que também falou sobre o crescimento de duas enzimas juntas em cada bactéria. “Há variantes de mutações específicas, que as tornam resistentes para uma droga que era para ser ativa para aquela carbapenemase”, completou. 

“É um prazer enorme vir para o Brasil. Não sei se é o país mais bonito, mas o segundo mais bonito, depois da França, com certeza”, brincou ele, ao final de sua apresentação.