Edição Mai-Jun 2025 Publicado em: 20 maio 2025 | 08:00h

TEPAC: o selo de excelência que fortalece a medicina laboratorial brasileira

Conheça o papel transformador da certificação na qualificação dos especialistas,  relatado pela pediatra Natasha Slhessarenko e  pelo endocrinologista, Pedro Saddi, ambos titulares em patologia clínica e medicina laboratorial pela SBPC/ML

Pouca gente sabe, mas por trás de cada diagnóstico seguro, de cada resultado de exame bem interpretado e de decisões clínicas acertadas, há um especialista cuja atuação impacta diretamente a vida de milhares de pacientes todos os dias: o patologista clínico. Neste mês, cujo Dia do Patologista Clínico se comemora em 31 de maio, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) reforça a importância dessa especialidade e destaca o papel estratégico do Título de Especialista em Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (TEPAC) na valorização e qualificação profissional.

A patologia clínica é a especialidade médica responsável pela análise de exames laboratoriais, que vão desde os simples testes bioquímicos até exames de alta complexidade em biologia molecular e genética. É uma área que integra conhecimento técnico, gestão laboratorial e interpretação clínica, funcionando como elo essencial entre o laboratório e o médico assistente.

Segundo Natasha Slhessarenko, pediatra e patologista clínica e membro efetivo do conselho fiscal da SBPC/ML, a obtenção do TEPAC é fundamental para consolidar a formação do patologista clínico e garantir qualidade aos serviços laboratoriais.

“O TEPAC vem para coroar o processo de formação daquele indivíduo, seja ele recém-egresso de residência médica ou profissional experiente no laboratório. A prova avalia não só o domínio técnico, mas também aspectos de gestão e habilidades comportamentais, que hoje são essenciais para liderar equipes e manter relacionamentos profissionais saudáveis. É uma chancela de excelência, que demonstra dedicação e compromisso com a medicina laboratorial de ponta”, afirma.

O título é concedido pela SBPC/ML em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB) e reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A certificação inclui avaliação teórica, entrevista e análise curricular, contemplando áreas como hematologia, bioquímica, imunologia, microbiologia, parasitologia, biologia molecular e gestão laboratorial.

Para Pedro Saddi Rosa, endocrinologista e patologista clínico e presidente regional da SBPC/ML em São Paulo, o TEPAC é mais do que uma certificação — é um compromisso ético e técnico com a segurança do paciente e a qualidade assistencial.

 
“Ele representa um selo de excelência, atestando que aquele profissional está atualizado e capacitado para exercer a medicina laboratorial segundo os mais altos padrões. Além disso, agrega prestígio à especialidade, fortalece o reconhecimento do patologista clínico na comunidade médica e proporciona acesso a melhores oportunidades profissionais”, explica.

A complementaridade entre diferentes especialidades médicas e a Patologia Clínica/Medicina Laboratorial tem se mostrado uma estratégia valiosa para ampliar a visão clínica e a atuação profissional. Um exemplo disso é o caminho trilhado pelo Dr. Pedro Saddi, endocrinologista que, ao longo da carreira, percebeu como a prática diária no consultório está diretamente ligada à interpretação de exames laboratoriais. “Minha residência foi em endocrinologia e metabologia, que tem muita interação com análises clínicas. Além de trabalhar cuidando de pacientes, passei a integrar o time médico de um grande laboratório, o que me aproximou ainda mais da especialidade de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial”, conta Saddi. Esse movimento o levou a buscar o TEPAC, uma certificação que não exige, necessariamente, residência específica na área, mas reconhece a experiência prática e o conhecimento técnico acumulados na medicina laboratorial. “Após alguns anos percebi que seria importante avaliar como o meu conhecimento na área havia evoluído e decidi prestar o TEPAC. Fiquei muito feliz com a formalização e o reconhecimento do título de especialista obtido”, completa. Para Saddi, essa formação não só impulsionou sua trajetória na medicina laboratorial, como também agregou valor ao seu trabalho no consultório, melhorando a correlação entre os achados clínicos e os resultados laboratoriais e, consequentemente, a qualidade da assistência oferecida aos pacientes.

A trajetória da Dra. Natasha Slhessarenko também evidencia como a Patologia Clínica pode fortalecer a prática médica em outras áreas. Inicialmente formada em Pediatria, especialidade pela qual sempre teve grande identificação, Natasha encontrou na Patologia Clínica uma oportunidade de ampliar sua atuação. “A patologia clínica é uma área que permeia todas as áreas da medicina, sejam clínicas ou cirúrgicas. Todas precisam da interpretação de exames laboratoriais”, afirma. Atuando ora como solicitante, ora como interpretadora de exames, Natasha destaca que essa formação a tornou uma profissional mais completa, confortável para discutir casos tanto na Pediatria quanto em outras especialidades. Sua formação em Patologia Clínica também foi essencial para o sucesso como empreendedora: aos 32 anos, fundou o Cedilab Medicina Laboratorial, que, em poucos anos, se tornou líder de mercado em Cuiabá e, posteriormente, foi incorporado pela DASA. “A combinação das duas especialidades impulsionou não só meu lado pediatra, mas também me deu as habilidades necessárias para construir um laboratório clínico do zero”, relata, reafirmando o impacto decisivo da Patologia Clínica em sua trajetória.

Além de promover o reconhecimento e valorização profissional, o TEPAC é determinante para a segurança do paciente e a credibilidade dos laboratórios, especialmente em um cenário onde grandes fusões corporativas reduziram o número de laboratórios familiares, aumentando a demanda por profissionais altamente qualificados.

“O estudo, a atualização constante e o desenvolvimento de soft skills são diferenciais decisivos na preparação para o TEPAC”, aconselha Natasha. Ela acrescenta: “Estamos em busca de profissionais que, além de domínio técnico, sejam líderes, saibam fazer gestão, relacionamento médico e construir ambientes colaborativos. E isso só se conquista com dedicação e propósito, porque a nossa missão, no final das contas, é fazer a diferença na vida das pessoas.”

Para os médicos interessados em trilhar esse caminho, Pedro Saddi orienta: “comece sua preparação com antecedência, busque experiência prática sólida em serviços reconhecidos, participe de congressos e atualize-se. A trajetória até o TEPAC é desafiadora, mas extremamente enriquecedora.”

Neste mês de maio, a SBPC/ML parabeniza todos os patologistas clínicos e reforça o convite para que mais profissionais ingressem e se especializem nesta área fundamental para a medicina brasileira. Porque um diagnóstico seguro começa com um laboratório confiável — e isso passa pelas mãos de um patologista clínico certificado.

Se deseja obter seu título de especialista, o edital pode ser acessado nesse link.